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Como podemos acelerar nosso aprendizado investindo em práticas informais de desenvolvimento!

  • Foto do escritor: Ana Paula Schmitz
    Ana Paula Schmitz
  • 12 de dez. de 2019
  • 3 min de leitura

A pouco tempo atrás o conhecimento era privilégio de poucos, a grande massa laboral não tinha acesso à educação especializada, esse privilégio era concentrado nas lideranças que se vestia dessa autoridade para comandar sua força de trabalho que obedecia sem questionar. As mudanças eram lentas e as atividades eram repetitivas e constantes e o mais importante, funcionava!

As mudanças tecnológicas, econômicas e sociais trouxeram importantes transformações na forma como se desempenha as atividades profissionais. A necessidade de novos conhecimentos alterou a forma como se interage socialmente para executar as tarefas requeridas.

Neste contexto, o desenvolvimento profissional tem sido um grande desafio tanto individual quanto para as organizações. As mudanças constantes na forma de executar uma tarefa, na necessidade de inovar exigindo novas habilidades e a necessidade de que todos tenham acesso a novos saberes criados, exige que esse desenvolvimento seja constante.

Treinamentos e desenvolvimentos oferecidos pelas organizações são fundamentais para o desenvolvimento do profissional, mas segundo Bear et al., 2008 75% da aprendizagem nas organizações é informal.

Por meio da aprendizagem informal desenvolvemos competências profissionais por ação, em uma situação realista do dia a dia. É no local de trabalho, na interação com colegas e ambiente externo, nas atividades e rotinas realizadas, que o indivíduo também aprende, tendo controle sobre o seu próprio processo de resultados de aprendizagem de acordo com suas estratégias empregadas.

Para que a aprendizagem informal aconteça é importante que a organização estimule um ambiente favorável ao pensamento crítico, diversidade de ideias e conflitos construtivos.

O Modelo Dinâmico de Aprendizagem Informal proposta por Tannenbaum et al., 2010 contém quatro componentes que descrevem um processo de aprendizagem informal completo:

Experiência ou ação

Onde o trabalhador se envolve em uma ação com referência a uma tarefa de trabalho, realizando uma nova experiência no local de trabalho, tentando aplicar ideias próprias e aprendendo fazendo;

Feedback

Comportamento de busca ativa realizada pelo próprio indivíduo, sendo o reconhecimento que este recebe, de acordo com uma ação anterior que acompanha a conversa e colaboração com o outro. O feedback pode ocorrer diretamente quando está relacionado ao desempenho do trabalho pelo trabalhador ou indireto quando trabalhadores mais experientes falam sobre processos críticos de trabalho e sobre as consequências de suas próprias ações no trabalho passado;

Reflexão

Significa que o trabalhador se preocupa com suas ações passadas e futuras e reflete as experiências anteriores no trabalho. A reflexão pode ser classificada em ação (antes da tarefa), ação (durante a tarefa) e ação (após a tarefa). Neste contexto pode-se distinguir entre reflexão antecipatória como por exemplo, antecipar novos obstáculos ao executar uma tarefa para se adaptar às condições de trabalho alteradas e a reflexão subsequente, reflexão após o término da tarefa;

Intenção de aprender

Consciência da necessidade de se desenvolver e melhorar a si mesmo no local de trabalho para a aquisição de mais conhecimentos. A intenção de aprender pode ser intrínseca (pelo desejo de crescimento pessoal) ou intenção extrínseca (para facilitar a execução da tarefa).

Estratégias de desenvolvimento que estimulem e criem um ambiente favorável a esse modelo de aprendizagem informal devem fazer parte da agenda de Gestão de pessoas, com isso, o auto-gerenciamento do processo de aprendizagem se torna possível potencializando e acelerando o desenvolvimento profissional e organizacional de uma forma mais eficiente contribuindo para um melhor desempenho das organizações.

Referências:

Borges-Andrade, J. E., & Sampaio, N. S., P. (2019). Aprendizagem e desenho do trabalho. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 19(4), 859-866. doi:10.17652/rpot/2019.4.17481.

Decius, J., Schaper, N., & Seifert, A. (2018.). Informal Workplace Learning: Development and Validation of a Measure. Manuscript submitted for publication.

Flach, L., & Antonello, C. S. (2010). A teoria sobre aprendizagem informal e suas implicações nas organizações. Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, 8, 193-208.


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